quarta-feira, 18 de novembro de 2009

ÚLTIMA UNIDADE

Pois é pessoal, fim de ano, última prova e aqui vão algumas revisões do que vai cair na prova. Por ordem de sorteio vem primeiro o 6° ano, depois o 9° e por fim o 8°. O sétimo a revisão já foi feita em saula de aula. Quaisquer dúvidas, é só perguntar.

Até a próxima.

Ah, se se possível clique ao lado onde tem "GANHE PONTO EXTRA".

Revisão IV Unidade 6° Ano

1- Como se costuma dividir a história política de Roma?

Monarquia, República e Império.

2- Quais eram os grupos sociais existentes no período monárquico?

Patrícios, plebeus e clientes (todos esses considerados cidadãos) além dos escravos.

3- Cite as funções dos seguintes magistrados romanos:
a) Cônsules:
b) Pretores:
c) Censores:
d) Questores:
e) Edis:
f) Ditador:

A resposta dessa questão vocês encontram muito fácil na página 191 do livro de vocês.

4- Explique as seguintes conquistas dos plebeus:
a) Tribunos da plebe:
b) Lei das Doze Tábuas:
c) Lei Canuléia:
d) Leis de Licínio e Séxtio:

Novamente ao livro. A resposta dessa questão vocês encontram facilmente na página 192. Lembrem, homenagem ao SAMU.

5- O que foram os triunviratos?

Um triunvirato ou troika é uma associação política entre três homens em pé de igualdade. A palavra triunvirato originou-se a partir de dois radicais do latim: trium- (três) e vir (homem).
Ao longo da história ocorreram vários triunviratos, todos eles de pouca duração. Na história de Roma existiram dois triunviratos:
• primeiro triunvirato (59 a.C. – 53 a.C.), Júlio César, Pompeu, o Grande e Marco Licínio Crasso
• segundo triunvirato (43 a.C. – 33 a.C.), Octávio, Marco Antônio e Lépido

6- O que era a política do “pão e circo”?

Pão e circo (em latim: panem et circenses) foi uma política criada pelos antigos romanos, que prevê o provimento de comida e diversão em prejuízo da liberdade, com o objetivo de diminuir ou acabar com os conflitos.

7- Quais as causas do fim do Império Romano do Ocidente?
Estagnação na expansão: diminuição de recursos e de escravos;
Encarecimento do exército;
Aumento de impostos e consequente isatisfação interna;
Invasão de grupos “bárbaros”;
Nova relação de trabalho: colonato;
395: divisão em Império Romano.

Maiores informações: Página 219 de seu livro

Revisão IV Unidade 9° Ano

1- O que foram os Atos Institucionais na Ditadura Brasileira? O que previam os cinco primeiros?

Os Atos Institucionais foram decretos emitidos durante os anos após o Golpe militar de 1964 no Brasil. Serviram como mecanismos de legitimação e legalização das ações políticas dos militares, estabelecendo para eles próprios diversos poderes extra-constitucionais. Na verdade os Atos Institucionais eram um mecanismo para manter na legalidade o domínio dos militares. Sem este mecanismo, a Constituição de 1946 tornaria inexecutável o regime militar, daí a necessidade de substituí-la por decretos mandados cumprir. O governo divulgou que seu objetivo era combater a "corrupção e a subversão".

AI-1: dava ao governo militar o poder de alterar a constituição, cassar mandatos legislativos, suspender direitos políticos por dez anos e demitir, colocar em disponibilidade ou aposentar compulsoriamente qualquer pessoa que tivesse atentado contra a segurança do país, o regime democrático e a probidade da administração pública.

AI-2: instituiu a eleição indireta para presidente da República, dissolveu todos os partidos políticos, aumentou o número de ministros do Supremo Tribunal Federal de 11 para 16, reabriu o processo de punição aos adversários do regime, estabeleceu que o presidente poderia decretar estado de sítio por 180 dias sem consultar o Congresso, intervir nos estados, decretar o recesso no Congresso, demitir funcionários por incompatibilidade com o regime e baixar decretos-lei e atos complementares sobre assuntos de segurança nacional.

AI-3: estabelecia eleições indiretas para governador e vice-governador e que os prefeitos das capitais seriam indicados pelos governadores, com aprovação das assembléias legislativas.

AI-4: convocou ao Congresso Nacional para a votação e promulgação do Constituição de 1967|Projeto de Constituição, que revogaria definitivamente a Constituição de 1946.

AI-5: Representou um significativo endurecimento do regime militar. Foi editado no dia 13 de dezembro, uma sexta-feira que ficou marcada para a história contemporânea brasileira. Este ato incluía a proibição de manifestações de natureza política, além de vetar o "habeas corpus" para crimes contra a segurança nacional (ou seja, crimes políticos). Entrou em vigor em 13 de dezembro de 1968. O Ato Institucional Número Cinco (Ai5), concedia ao Presidente da Republica enormes poderes, tais como: fechar o Congresso Nacional; demitir, remover ou aposentar quaisquer funcionários; cassar mandatos parlamentares; suspender por dez anos os direitos políticos de qualquer pessoa; decretar estado de sítio; julgamento de crimes políticos por tribunais militares, etc.

2- O que foi o chamado "milagre econômico brasileiro"?

No governo do presidente Médici foi implantado no Brasil uma medida de crescimento econômico, o principal idealizador dessa medida foi o ministro da fazenda, que atuava desde o governo Costa e Silva, Antonio Delfim Netto, esse projeto tinha como princípio o crescimento rápido. O que ocorreu para provocar esse chamado “milagre” foi o imenso capital estrangeiro no país.

Durante vários anos o Brasil não recebia investimentos estrangeiros, por causa da instabilidade econômica, da inflação, resultados políticos do Governo de Jânio Quadros, e do tumultuado governo de esquerda de João Goulart.

O motivo pelo qual os recursos voltaram ao Brasil foi a estabilidade política e econômica propiciada pelos militares, que também coibia o “esquerdismo”.

Os recursos estrangeiros chegaram ao Brasil em volume muito grande, com isso, tanto empresas privadas quanto estatais foram beneficiadas, além das multinacionais, lembrando que tais recursos foram usados no seguimento industrial.

Surgiram nesse período empresas privadas brasileiras que se baseavam no setor Labour intensive (indústrias que apresentam pequena demanda de capital e grande demanda de mão-de-obra), já as empresas multinacionais tinham suas atividades focalizadas no setor capital intensive (forte demanda de capital e pouca demanda de mão-de-obra), as estatais investiram seus recursos em forças armadas, energia e telecomunicação.

Para consolidar o crescimento rápido foi implantada uma expansão de mercado internamente e externamente, a produção não era absorvida apenas pelos brasileiros e países de terceiro mundo, mas também pelos países industrializados, como EUA e países da Europa.

As empresas multinacionais que aqui se instalaram tiveram benefícios em mátria-prima, e também mão-de-obra, já que o governo mantinha os salários sempre baixos, quaisquer manifestações em busca de melhoria salarial eram respondidas de forma violenta por parte do governo. O governo estabilizou os ganhos dos pobres e favoreceu acréscimo aos rendimentos da classe média e dos profissionais especializados.

Foi nesse período que o Brasil, de forma concreta, entrou no processo de industrialização, mais de certo modo foi um processo sem planejamento social e que agravou mais ainda as desigualdades.

3- Como a cultura serviu para fazer resistência à ditadura no Brasil?
As páginas 234 e 335 respondem melho do que esta questão. Mas lá vai uma dica: Festivais de Música, Bossa-Nova, Tropicália, Cinema Novo e grupos de teatro Oficina e Arena.

4- O que foi a Perestroika?

A Perestroika (do russo: Перестройка, literalmente reconstrução ou reestruturação) foi, em conjunto com a Glasnost, uma das políticas introduzidas na União das Repúblicas Socialistas Soviéticas por Mikhail Gorbatchev, em 1985. A palavra Perestroika, que literalmente significa reconstrução, ganhou a conotação de reestruturação (abertura) econômica. Gorbachev percebeu que a economia da União Soviética estava a falhar e sentiu que o sistema socialista, apesar de não precisar de ser substituído, certamente necessitava de uma reforma, e isto seria levado a cabo pelo processo da Perestroika. Uma chave principal da Perestroika era reduzir a quantidade de dinheiro gasta em defesa e, para fazer isso, Gorbachev sentiu que a União Soviética deveria: desocupar o Afeganistão, negociar com os Estados Unidos da América a redução de armamento (os acordos de Yalta) e não interferir em outros países comunistas (A Doutrina Sinatra).

5- O que foi a Glasnost?
Glasnost (do Russo: гла́сность, significa transparência) foi uma medida política implantada juntamente com a Perestroika na URSS durante o governo de Mikhail Gorbachev. A Glasnost contribuiu em grande parte para a intensificação de um clima de instabilidade causado por agitações nacionalistas, conflitos étnicos e regionais e insatisfação econômica, sendo um dos fatores causadores da ruína da URSS. Enquanto no Ocidente a noção da glasnost se associa com a liberdade da expressão, a meta principal desta política foi fazer o governo do país transparente e aberto para discutir, assim logrando o círculo estreito de apparatchiks que anteriormente exerceu o controle completo da economia. A Glasnost foi, portanto, um processo de abertura política. A glasnost deu novas liberdades à população, como uma maior liberdade do discurso - uma modificação radical, visto que o controle de discurso e supressão da crítica do governo tinha sido anteriormente uma parte central do sistema soviético. Houve também um maior grau da liberdade dentro dos meios de comunicação. Até o final dos anos 1980, o governo soviético veio embaixo da crítica aumentada, como fez a ideologia leninista (que Gorbachev tinha tentado conservar como a fundação da reforma), e os membros da população soviética foram mais francos na sua visão de que o governo soviético não ia bem.


6- O que foi o Plano Cruzado? Quais suas principais medidas?

O Plano Cruzado foi um conjunto de medidas econômicas, lançado pelo governo brasileiro em 28 de fevereiro de 1986, com base no decreto-lei nº 2.283, de 27 de fevereiro de 1986, sendo José Sarney o presidente da República e Dilson Funaro o ministro da Fazenda.
As principais medidas contidas no Plano eram:
• congelamento de preços de bens e serviços nos níveis do dia 27 de fevereiro de 1986;
• Congelamento da Taxa de Cambio por um ano em 13,84 Cruzados = 1 Dólar e 20,58 Cruzados = 1 Libra
• reforma monetária, com alteração da unidade do sistema monetário, que passou a denominar-se cruzado (Cz$), cujo valor correspondia a mil unidades de cruzeiro;
• substituição da Obrigação Reajustável do Tesouro Nacional ORTN, título da dívida pública instituído em 1964, pela Obrigação do Tesouro Nacional (OTN), cujo valor foi fixada em Cz$106,40 e congelado por um ano;
• congelamento dos salários pela média de seu valor dos últimos seis meses e do salário mínimo em Cz$ 804,00, que era igual a Aproximadamente a US$ 67,00 de Salário Mínimo
• como a economia fora desindexada, institui-se uma tabela de conversão para transformar as dívidas contraídas numa economia com inflação muito alta em dívidas contraídas em uma economia de inflação praticamente nula;
• criação de uma espécie de seguro-desemprego para aqueles que fossem dispensados sem justa causa ou em virtude do fechamento de empresas;
• os reajustes salariais passaram a ser realizados por um dispositivo chamado "gatilho salarial" ou "seguro-inflação", que estabelecia o reajuste automático dos salários sempre que a inflação alcançasse 20%.

7- O que foi o Plano Real?

Plano Real foi um programa brasileiro de estabilização econômica, iniciado oficialmente em 27 de fevereiro de 1994 com a publicação da Medida Provisória nº 434 no Diário Oficial da União. Tal Medida Provisória instituiu a Unidade Real de Valor (URV), estabeleceu regras de conversão e uso de valores monetários, iniciou a desindexação da economia, e determinou o lançamento de uma nova moeda, o Real.
O programa foi o mais amplo plano econômico já realizado no Brasil, e tinha como objetivo principal o controle da hiperinflação que assolava o país. Utilizou-se de diversos instrumentos econômicos e políticos para a redução da inflação que chegou a 46,58% só em junho de 1994, época do lançamento da nova moeda. A idealização do projeto, a elaboração das medidas do governo e a execução das reformas econômica e monetária contaram com a contribuição de vários economistas, reunidos pelo então Ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso.
O presidente Itamar Franco, oficialmente responsável pelo Plano Real, autorizou que os trabalhos se dessem de maneira irrestrita e na máxima extensão necessária ao seu êxito, o que tornou o Ministro da Fazenda no homem mais forte e poderoso de seu governo, e no seu candidato natural à sua sucessão. Assim, Fernando Henrique Cardoso elegeu-se Presidente do Brasil em outubro do mesmo ano.
O Plano Real mostrou-se nos meses e anos seguintes o plano de estabilização econômica mais eficaz da história, reduzindo a inflação (objetivo principal), ampliando o poder de compra da população, e remodelando os setores econômicos nacionais.

Revisão IV Unidade 8° Ano

1- Qual a principal característica da constituição de 1824?

O estudo da constituição de 1824 é importante por ser a primeira Constituição do país e que organiza a composição do Estado Brasileiro. Sua principal característica é o chamado Poder Moderador. Lembrando que ela foi outorgada por D. Pedro I. Saiba mais clicando aqui.

2- O que reivindicava o movimento da Confederação do Equador?

Fim do tráfico negreiro e instalação de uma república democrática. Maiores informações sobre a Confederação do Equador clique aqui.

3- Como estava a política no período regencial? Quais as principais ideologias desses grupos políticos?

Restauradores, liberais moderados e liberais exaltados.

Restauradores, conhecidos como caramurus, defendiam o retorno de D. Pedro I para o Brasil e a centralização do poder político.

Liberais moderados, os chimangos, defendiam a monarquia constitucional e o governo centralizado.

Os liberais exaltados, farroupilhas, defendiam uma organização mais democrática da sociedade e do Estado e variavam entre uma monarquia descentralizada e a proclamação da República.

4- Qual a relação da regencia Una com o golpe da maioridade?

Logo após o fim da Regência Una, quando Diogo Antônio Feijó renuncia o governo por poblemas de saúde, as divergências entre os grupos políticos crescia e a antecipação da maioridade de D. Pedro passou a ser vista como uma solução interessante para ambos os lados, pois se acreditava que isso levaria ao fim da crise do governo. Assim, em 1840, com 14 anos, D. Pedro II é declarado maior de idade e assume o trono.

Mais informações sobre o Golpe da Maioridade aqui.

5- Sintetize :
a) Cabanagem: A Cabanagem (1835-1840) foi a revolta na qual negros, índios e mestiços se insurgiram contra a elite política e tomaram o poder no Pará (Brasil). Entre as causas da revolta encontram-se a extrema pobreza das populações ribeirinhas e a irrelevância política à qual a província foi relegada após a independência do Brasil.
De cunho popular, contou com a participação de elementos das camadas média e alta da região, entre os quais se destacam os nomes do padre João Batista Gonçalves Campos, do jornalista Vicente Ferreira Lavor Papagaio.

b) Revolta dos Malês: A chamada Revolta dos Malês (também conhecida como revolta dos escravos de Alá) registrou-se de 25 a 27 de Janeiro de 1835 na cidade de Salvador, capital da então Província da Bahia, no Brasil.
Consistiu numa sublevação de caráter racial, de escravos africanos das etnias hauçá e nagô, de religião islâmica, organizados em torno de propostas radicais para libertação dos demais escravos africanos. O termo "malê" deriva do iorubá "imale", designando o muçulmano. Foi rápida e duramente reprimida pelos poderes constituídos.

c) Farroupilha: Guerra dos Farrapos ou Revolução Farroupilha são os nomes pelos quais ficou conhecida a revolução ou guerra regional, de caráter republicano, contra o governo imperial do Brasil, na então província de São Pedro do Rio Grande do Sul, e que resultou na declaração de independência da província como estado republicano, dando origem à República Rio-Grandense. Durou de 1835 a 1845.
A revolução, que originalmente não tinha caráter separatista, influenciou movimentos que ocorreram em outras províncias brasileiras: irradiando influência para a Revolução Liberal que viria a ocorrer em São Paulo em 1842 e para a Revolta denominada Sabinada na Bahia em 1837, ambas de ideologia do Partido Liberal da época, moldado nas Lojas Maçônicas. Inspirou-se na recém-finda guerra de independência do Uruguai, mantendo conexões com a nova república do Rio da Prata, além de províncias independentes argentinas, como Corrientes e Santa Fé. Chegou a expandir-se à costa brasileira, em Laguna, com a proclamação da República Juliana e ao planalto catarinense de Lages. Teve como líderes: Bento Gonçalves, General Neto, Onofre Pires, Lucas de Oliveira, Vicente da Fontoura, Pedro Boticário, Davi Canabarro, Vicente Ferrer de Almeida, José Mariano de Mattos[5], além de receber inspiração ideológica de italianos carbonários refugiados, como o cientista Tito Lívio Zambeccari e o jornalista Luigi Rossetti, além de Giuseppe Garibaldi, que embora não pertencesse a carbonária, esteve envolvido em movimentos republicanos na Itália. A questão da abolição da escravatura também esteve envolvida, organizando-se exércitos contando com homens negros que aspiravam à liberdade

6- Quais as principais reivindicações da Revolução Praieira?

Exigiam maior autonomia às províncias, a extinção do Poder Moderador e a nacionalização do comércio, até então dominado pelos portugueses.

Maiores informações sobre a Revolução Praieira aqui
.

7- Por que o parlamentarismo Brsaileiro era chamado "às avessas"?

No Parlamentarismo tradicional, o monarca tem um papel político reduzido e quem governa é o primeiro-ministro, escolhido pela maioria da Câmara eleita. No Brasil o Imperador era detendor de todos os poderes (devido ao Poder Moderador) o que descaracterizava a tendência parlamentarista. Ou seja, havia um Parlamentarismo "às avessas".

8- Como podemos explicar a transição do trabalho escravo para o assalariado nos cafezais brasileiros?

A crescente sociedade industrial precisa de mercado consumidor, logo a relação trabalhista deveria ser assalariada e não escravocata. Outro fator importante é que com o fim do tráfico negreiro o preço do escravo subiu muito o que tornou inviável este tipo de trabalho. Interessante observar que São Paulo, que logo percebeu esta situação e mudou o trabalho escravo para o assalariado com a migração européia, desenvolveu-se mais que o Rio de Janeiro que insistiu na mão-de-obra escrava.

9- Quais as consequencias da Guerra do Paraguai?

Para o Paraguai o massacre da população amplamente castigada durante a guerra com o assassinaato de 2/3 da população masculina adulta, o que influenciou de imediato a economia do país.
Para o brasil, o Exército saiu fortalecido e a monarquia enfraquecida já que os militares passaram a defender o abolicionismo e o republicanismo.

Maiores informações sobre Guerra do Paraguai clique aqui.

terça-feira, 2 de junho de 2009

MENSAGEM PARA TODAS AS TURMAS

Pois é pessoal, o tempo corre e já estamos no final do primeiro semestre, jajá nas férias para alguns e na recuperação paralela para outros...

E como as férias são bem melhores que a recuperação, seguem aqui no blog revisões para todas as turmas (do 6° ao 9° ano), para que o rendimento na prova seja o melhor possível. Mas só lembrando que quem não estudou durante os últimos meses, de nada adianta essa revisão. Outro lembrete importante é que o estudo único e exclusivo pela revisão não é nada produtivo porque não o leva ao entendimento do assunto. Vira decoreba se você não fez a leitura do capítulo, prestou atenção nas aulas, questionou e refletiu sobre.

Amanhã, quarta-feira, 03 de junho de 2009, disponibilizarei possíveis respostas às questões da revisão, pois como vocês perceberam durante o decorrer do ano, não existe a resposta certa. Outra coisa importante a ser lembrada, talvez a mais importante, é com relação à participação de vocês. O blog está disponível para comentários. Fique à vontade. Seja recompensado!

Bons estudos e uma boa prova!

Revisão de História II Unidade – 6 ° Ano

1. Sobre os povos mesopotâmicos relacionados abaixo, cite sua localização geográfica, características específicas e principais eventos históricos:
a) Sumérios:
b) Acádios:
c) Amoritas:
d) Assírios:
e) Caldeus:

2. Por que a Mesopotâmia é considerada o berço da civilização?

3. O que eram os Zigurates?

4. Como funcionava o trabalho na sociedade mesopotâmica?

5. Qual a importância do Rio Nilo para a antiga sociedade egípcia?

6. Como o povo egípcio fazia o controle das águas?

7. Como é dividida a vida política do Antigo Egito?

8. Quais os tipos de escrita da sociedade egípcia? Quais seus usos?

9. Quais os tipos de túmulos existentes no Egito Antigo? Para quem serviam?

Revisão de História II Unidade – 7 ° Ano

1. Sobre o Renascimento Cultural a partir do século XV, defina os seguintes conceitos:
a) Humanismo:
Valorização do ser humano, volta ao estudo dos pensadores da Antiguidade e a busca da verdade pela razão.
b) Classicismo: valorização da Antiguidade Clássica como padrão por excelência do sentido estético.
c) Hedonismo: (do grego hēdonē que significa prazer) é uma teoria ou doutrina filosófico-moral que afirma ser o prazer individual e imediato o supremo bem da vida humana.
d) Antropocentrismo: concepção que considera que a humanidade deve permanecer no centro do entendimento dos humanos, isto é, o universo deve ser avaliado de acordo com a sua relação com o homem. É normal se pensar na idéia de "o homem no centro das atenções".
e) Mecenato: é um termo que indica o incentivo e patrocínio de artistas e literatos, e mais amplamente, de atividades artísticas e culturais. O termo deriva do nome de Caio Mecenas (68 a.C. - 8 a.C.), um influente conselheiro de Otávio Augusto que formou um círculo de intelectuais e poetas, sustentando sua produção artística.

2. Cite alguns dos principais artistas renascentistas e qual o ramo da arte atuavam:
* Essa resposta tem no caderno de vocês

3. Quais as práticas do Clero que foram as principais causas da Reforma Protestante?

Despreparo intelectual (já que muitos eram até analfabetos), abuso de poder, isenção no pagamento de impostos, simonia e venda de indulgências.


4. Sobre a Reforma Protestante e a Contra Reforma, defina os seguintes conceitos:
a) 95 Teses:
Documento considerado o marco da reforma protestante, impulsiou o debate teológico que acabou por resultar no nascimento das tradições luteranas e reformadas dentro do cristianismo.
b) Index: lista de publicações proibidas pela Igreja Católica, de "livros perniciosos" contendo ainda as regras da igreja relativamente a livros.
c) Indulgência: a teologia católica, é o perdão ao cristão das penas temporais devidas a Deus pelos pecados cometidos, mas já perdoados pelo sacramento da Confissão, na vida terrena
d) Concílio de Trento: realizado de 1545 a 1563, foi o 19º concílio ecuménico, é considerado um dos três concílios fundamentais na Igreja Católica.
e) Santo Ofício: foi um tribunal cristão utilizado para averiguar heresia, feitiçaria, bigamia, sodomia e apostasia
f) Simonia: é a venda de favores divinos, bençãos, cargos eclesiásticos, prosperidade material, bens espirituais, coisas sagradas, etc. em troca de dinheiro.
g) Luteranismo: Religião criada por Matinho Lutero na Alemanha.
h) Anglicanismo: Religião criada por Henrique VIII na Inglaterra.
i) Calvinismo: Religião criada por João Calvino na Suíça.
j) Celibato clerical: determinação da Igreja que proíbe os padres e os bispos de se casarem, devendo assumir uma vida de castidade.
k) Companhia de Jesus: ordem religiosa fundada em 1534 por um grupo de estudantes da Universidade de Paris, liderados por Inácio de Loyola, cujos membros são conhecidos como jesuítas.

5. Qual o contexto histórico que envolve o período das Grandes Navegações?


* Essa resposta tem no caderno de vocês


6. Quais os principais ganhos tecnológicos deste período?

* Essa resposta tem no caderno de vocês


7. Por que os europeus deixaram de comercializar pelo Mar Mediterrâneo e partiram para o oceano Atlântico?

Primeiro pelo impedimento causado pelos turco-otomanos que ocuparam a região inviabilizando o comércio e segundo, pelo interesse pelo desconhecido, sentimento este aguçado pelo processo de Renascimento Cultural.


8. Por que os países da Península Ibérica foram os pioneiros na navegação do Oceano Atlântico?

Pela sua posição estratégica e pelo grande conhecimento marítimo desses povos.

Revisão de História II Unidade – 8 ° Ano

1. Qual a situação sócio-econômica da França pré-revolucionária?

A França passava por um período de crise financeira. Os votos eram atribuídos por ordem (1- clero, 2- nobreza, 3- Terceiro Estado) e não por cabeça. Havia grandes injustiças entre as antigas ordens e ficava sempre o Terceiro Estado prejudicado com a aprovação das leis. Os chamados Privilegiados estavam isentos de impostos, e apenas uma ordem sustentava o país, deixando obviamente a balança comercial negativa ante os elevados custos das sucessivas guerras, altos encargos públicos e os supérfluos gastos da corte do rei Luís XVI. A França ainda tinha grandes características feudais: 80% de sua economia era agrícola. Quando uma grande escassez de alimentos ocorreu devido a uma onda de frio na região, a população foi obrigada a mudar-se para as cidades e lá, nas fábricas, era constantemente explorada e a cada ano tornava-se mais miserável.

2. Cite os principais acontecimentos das seguintes fases da Revolução Francesa:
Assembléia Nacional:
Assembléia Constituinte:
Convenção:
Diretório:

* Essa questão tem no caderno de vocês.

2. Sobre a Revolução Francesa, Império Napoleônico e Congresso de Viena, conceitue:
a) Golpe do 18 Brumário:
Foi o golpe de Estado que iniciou a ditadura napoleônica na França
b) Tomada da Bastilha: Marco do início da Revolução Francesa.
c) Antigo Regime: refere-se originalmente ao sistema social e político aristocrático estabelecido na França, sob as dinastias de Valois e Bourbon, entre os séculos XIV e XVIII.
d) Santa Aliança: uma das consequências imediatas do Congresso de Viena, foi um instrumento da restauração monarquica. Foi escolhido o nome de Santa Aliança para designar esse bloco militar que durou até as revoluções européias de 1848.
e) Jacobinos: defendiam mudanças mais radicais que os girondinos: eram contrários à Monarquia e queriam implantar uma República. Esse grupo era apoiado por um dos setores mais populares da França - os sans-cullotes - e, juntos, lutaram por outras mudanças sociais depois da revolução. Sentavam-se à esquerda do salão de reuniões.
f) Girondinos: eram um grupo político moderado, chefiado por Jacques-Pierre Brissot (1754-1793) durante a Revolução Francesa.
g) Planície: grupo de deputados sem opiniões muito firmes, que votavam na proposta que tinha mais chances de vencer. Eram chamados de planície ou pântano.
h) Waterloo: Combate que deu um fim definitivo à Era Napoleônica.
i) Bloqueio Continental: a proibição imposta por Napoleão Bonaparte que consistia em impedir o acesso a portos dos países então submetidos ao domínio do Império Francês a navios do Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda.

3. Identifique de qual processo de unificação o conceito abaixo relacionado pertence (italiana ou alemã) e dê seu significado:
a) Zollverein:
ALEMÃ - aliança aduaneira que teve como meta a liberdade alfandegária para os 38 estados alemães, o que favoreceu a liberdade entre as suas fronteiras internas facilitando assim o maior comércio e uma maior estrutura para os processos industriais, excluindo a Áustria, que era rival da Prússia
b) Carbonários: ITALIANA - era uma sociedade secreta e revolucionária fundada na Itália por volta de 1810, tinha a ideologia assentada em princípios libertários e que se fazia notar por um marcado anticlericalismo.
c) Tratado de Frankfurt: ALEMÃ - Tratado assinado ao final da guerra Franco-prussiana que cedia os territórios da Alsácia-Lorena para a Alemanha.
d) Segundo Reich: ALEMÃ - Refere-se ao mesmo período histórico naquele país; os que a empregam consideram o Sacro Império Romano-Germânico (843-1806) como um primeiro império alemão. Era governado por Oto von Bismarck.
e) Questão Romana: ITALIANA - se refere à disputa territorial ocorrida entre o governo italiano e o papado durante os anos de 1861 a 1929, que culminou na criação do Vaticano, com o estabelecimento do Tratado de Latrão durante o governo de Benito Mussolini.
f) Risorgimento: ITALIANA - (Ressurgimento em português, mas a palavra significa «ressurreição», em italiano) é o movimento na história italiana que buscou entre 1815 e 1870 unificar o país, que era apenas uma coleção de pequenos Estados submetidos a potências estrangeiras.

4. Sobre Unificações Italiana e Alemã, complete o quadro abaixo:

------------------------- Italiana --------------- Alemã
Reino líder ------------- Sardo-Piemontês--------Prússia
Líder político----------- Oto von Bismarck-------Vítor Emanuel II
Ano de acontecimento ---- 1860-------------------1870
Nações inimigas --------- França e Áustria-------França e Áustria

Revisão de História II Unidade – 9 ° Ano

1. Sobre Primeira Guerra Mundial, conceitue:

a) Tríplice Entente:
Aliança militar que reuniu Alemanha, Império Austro-Húngaro e Itália.
b) Tríplice Aliança: Bloco formado por França, Grã-Bretanha e Rússia.
c) Tratado de Versalhes: Tratado de paz assinado pelas potências europeias que encerrou oficialmente a Primeira Guerra Mundial e provocou uma crise interna na Alemanha.
d) Liga das Nações: Organização internacional, onde as potências vencedoras da Primeira Guerra Mundial se reuniram para negociar um acordo de paz.

2. Sobre Revolução Russa, conceitue:

a) Domingo Sangrento:
Incidente onde manifestantes pacíficos marcharam para apresentar uma petição ao czar Nicolau II e foram baleados pela Guarda Imperial.
b) Sovietes: surgiram em 1905 como órgãos da insurreição armada, concebidos pela criatividade revolucionária das massas populares, como expressão da criação do povo, como manifestação da iniciativa do povo.
c) Revolução de Fevereiro: Revolução Menchevique de 1917 inaugurou a primeira fase da Revolução Russa de 1917. Seu resultado imediato foi a abdicação do Czar Nicolau II. Ela ocorreu como resultado da insatisfação popular com a autocracia czarista e com a participação do país na Primeira Guerra Mundial. Ela levou a transferência de poder do Czar para um regime republicano e democrático, surgido da aliança entre liberais e socialistas que pretendiam conduzir reformas políticas.
d) Revolução de Outubro: Revolução Bolchevique ou Revolução Vermelha, foi a segunda fase da Revolução Russa de 1917. A Revolução de Outubro foi liderada por Vladimir Lenin e pelos bolcheviques, e se tornou a primeira revolução comunista marxista do Século XX.
e) NEP: política econômica seguida na União Soviética após o abandono do comunismo de guerra. Em linhas gerais, passou pela re-entrega das pequenas explorações agrícolas, industriais e comerciais à iniciativa privada, tentando assim desesperadamente fazer a nascente União Soviética sair da grave crise em que se achava mergulhada.

3. Sobre o Período Entreguerras, conceitue:

a) Totalitarismo:
é um regime político baseado na extensão do poder do Estado a todos os níveis e aspectos da sociedade ("Estado Total", "Estado Máximo").
b) Nazismo: O termo Nazismo designa a política da ditadura que governou a Alemanha de 1933 a 1945, o Terceiro Reich. O nazismo é freqüentemente associado ao fascismo, embora os nazistas dissessem praticar uma forma nacionalista e totalitária de socialismo (oposta ao socialismo internacional e totalitário). O nazismo também é anticapitalista, antiliberal e racista.
c) Fascismo: é uma doutrina totalitária desenvolvida por Benito Mussolini na Itália, a partir de 1919 e durante seu governo (1922–1943 e 1943–1945).
d) Crash de 1929: depressão econômica que teve início em 1929, e que persistiu ao longo da década de 1930, terminando apenas com a Segunda Guerra Mundial. A Grande Depressão é considerada o pior e o mais longo período de recessão econômica do século XX.
e) New Deal: nome dado à série de programas implementados nos Estados Unidos entre 1933 e 1937, sob o governo do Presidente Franklin Delano Roosevelt, com o objetivo de recuperar e reformar a economia norte-americana, e assistir aos prejudicados pela Grande Depressão
f) Salazarismo: nome do regime político autoritário e corporativista de Estado que vigorou em Portugal durante 41 anos sem interrupção, desde 1933, com a aprovação de uma nova Constituição, até 1974, quando foi derrubado pela Revolução do 25 de Abril
g) Franquismo: é um regime político aplicado na Espanha entre 1939 e 1976, durante a ditadura do general Francisco Franco (que morreu em 1975).

4. Sobre a Segunda Guerra Mundial, conceitue:

a) Política de Apaziguamento:
A politica de apaziguamento consistiu na atitude da Inglaterra e da França que para evitarem a guerra a todo o custo foram cedendo aos avanços da Alemanha, da Itália e do Japão
b) Dia D: o dia em que a Batalha da Normandia começou - iniciando a libertação do continente Europeu da ocupação Nazista durante a Segunda Guerra Mundial.
c) Blitzkrieg: (termo alemão para guerra-relâmpago) foi uma doutrina militar a nível operacional que consistia em utilizar forças móveis em ataques rápidos e de surpresa, com o intuito de evitar que as forças inimigas tivessem tempo de organizar a defesa.
d) Luftwafe: o termo geralmente usado para designar a força aérea alemã desde sua criação e ainda usado após a Segunda Guerra Mundial.
e) Eixo: aliança liderada pela Alemanha nazista em conjunto com Itália, e o Império do Japão na Segunda Guerra Mundial.
f) Aliados:Os países participantes da Tríplice Entente na Primeira Guerra Mundial foram depois basicamente os mesmos Aliados da Segunda Guerra Mundial, inicialmente liderados pela França e pelo Reino Unido. Em 1941, os E.U.A entram na guerra como Aliado, após o ataque japonês a Pearl Harbor, e fizeram um acordo com Getúlio Vargas para enviar o Brasil para a batalha em troca da industrialização do país
g) Anti-semitismo: O termo designa o comportamento depreciativo com relação ao povo judeu em geral, independentemente da religião.
h) Hiroshima e Nagasaki: Cidades japonesas que sofreram ataques nucleares no final da Segunda Guerra Mundial contra o realizados pela Força Aérea dos EUA.
i) Guerra fria: a designação atribuída ao período histórico de disputas estratégicas e conflitos indiretos entre os Estados Unidos e a União Soviética, compreendendo o período entre o final da Segunda Guerra Mundial (1945) e a extinção da União Soviética (1991).

segunda-feira, 2 de março de 2009

8° Ano - A moda feminina em mais de 500 anos no Brasil

Que moda é essa, voltada mais para o corpo do que para a elegância, que agrada tanto as mulheres brasileiras? O mundo inteiro, quando pensa no Brasil, imagina uma mulher de biquíni na praia. Mas o guarda-roupa da mulher brasileira não se resume a isso.

O calor beirava os 40 graus. As ruas eram ‘‘pavimentadas’’ com lama e pedregulho. De um lado, as índias passeavam com suas ‘‘vergonhas’’ à mostra. Do outro, senhoras de fino trato desfilavam com seus pesadíssimos e acalorados vestidos europeus. Isso foi há muito tempo, 500 anos atrás, quando o Brasil, recém-descoberto, descobria também a moda.

A história do vestuário nacional confunde-se com a própria memória da vida privada do país. Afinal, as roupas fazem parte dos costumes e da cultura, e o estilo é o reflexo de uma época. (…)

O passeio pela história da moda no país revela aspectos interessantes sobre o cotidiano desde a colônia até os dias de hoje. Enquanto algumas peças parecem incrivelmente atuais, outras indicam hábitos comuns durante épocas, mas que atualmente provocam estranheza. Por exemplo: na segunda metade do século 17, as mulheres colavam no rosto pedaços de tecido embolados para que parecessem… verrugas! Mas, como tudo na moda é reciclado, também há trajes históricos que continuam em voga. O estilo hippie dos anos 60, os twin-sets da década de 70 e até mesmo alguns vestidos do século 16 podem ser visto até hoje nas vitrines.

De 1500 a 1550

180px-margaret_of_anjou.jpg A Europa ditava a moda da colônia portuguesa recém-descoberta. Mesmo sob o forte calor tropical, as mulheres usavam pesados vestidos de veludo, ao estilo da corte de Henrique VII. Seda, tafetá e brocados também faziam parte do vestuário, pois indicavam poder econômico. Os decotes eram generosos: o formato quadrado e o apertado espartilho garantiam — não sem sofrimento — o destaque dos seios e a cinturinha fina.

De 1551 a 1600
O estilo elizabetano levou para o vestuário o rococó da corte inglesa. Muitos bordados, laços, enfeites de ouro, pedras encrustradas. As saias eram largas, recheadas por várias armações, e as mangas, fofinhas. Preto, vinho e vermelho eram as cores da moda, sempre incrementadas por detalhes dourados. Outra tendência lançada por Elizabeth I foi o vermelho-fogo nos cabelos, que também recebiam perucas longas e encaracoladas.

De 1601 a 1650
As brasileiras passaram a se vestir como as princesas das famílias reais européias. Vestidos tinham meia cauda e eram confeccionados em cetim bordado a ouro. O corpete continuava sufocando os troncos femininos, destacados pelo decote quadrado. Alguns vestidos tinham armações de arame no lugar da gola. Um estilo imponente, influenciado pela moda de Luís XII.

De 1651 a 1700
Os vestidos ficaram mais curtos na frente e com cintura melhor definida. A grande novidade eram os adereços para os cabelos, umas estranhas armações que deixavam a cabeleira volumosa.

De 1701 a 1750
Nesta época, as roupas estiveram mais femininas do que nunca. Além dos seios e da cintura, os quadris eram destacados com uma armação chamada de ‘‘anquinha’’. Meias e luvas brancas faziam parte do vestuário, que incluía também arranjos dourados para o cabelo.

De 1751 a 1800
A moda fica mais discreta. Os excessos das décadas anteriores vão sendo eliminados pouco a pouco. Vestidos menos rodados, mangas menos fofas, fim da ‘‘anquinha’’, calçados com salto baixo. Os penteados imensos diminuem, assim como o volume e a altura das perucas.

De 1801 a 1850
Pouco se muda na história do vestuário. As roupas e sapatos continuam nos mesmos padrões do século anterior, mas dois elementos são agregados ao guarda-roupa: peles de animais e os sensuais xales, que ‘‘fingiam’’ cobrir decotes generosos.

De 1851 a 1900
No Brasil do Império e da República, a moda não era mais britânica. Paris, sim, passara a ser a bola da vez. Nos navios que desembarcavam por aqui, chegavam tecidos, figurinos e revistas da França. Pela primeira vez, os modelitos estrangeiros são adaptados ao nosso clima. Em 1870, Bartholomeu Thimonnier inventa a máquina de costura. Uma década depois as tinturas artificiais são descobertas, colorindo os tecidos antes pálidos.

De 1901 a 1950
Depois da Primeira Guerra Mundial, o vestuário é totalmente reformulado. A moda continua sendo ditada pela França, mas surgem as primeiras confecções brasileiras, que adaptam modelos e tecidos. A carência de matéria-prima durante a guerra impulsionou a indústria têxtil, que começou a buscar soluções para substituir os tecidos importados. Como a mulher passa a fazer parte do mercado de trabalho, as roupas ficam mais práticas: aparecem os tailleurs, as saias ficam mais curtas e os costumes ganham cortes masculinos. No começo do século acontece o primeiro desfile de moda do Brasil, organizado pela Casa Canadá.

Décadas de 50 e 60
O pretinho básico ficou em primeiro lugar em uma pesquisa realizada na Grã-Bretanha. Com 76% dos votos, ele ficou em primeiro lugar na lista das dez roupas mais importantes da história da moda feminina. Essa peça insubstituível foi criada na década de 20 pela estilista Coco Chanel a mesma do perfume Chanel no 5. Antes disso, as jovens não podiam usar preto e eram raras as senhoras que vestiam a cor fora do luto.
O pretinho só se firmou como uma peça indispensável nos anos 60, com o figurino de Audrey Hepburn para o filme Bonequinha de luxo. (foto abaixo)

História da Moda: A peça mais importante da história!

No final, a peça, com um decote canoa e cavas bem pronunciadas, acompanhava um elegante colar de pérolas, sapatos de salto e uma longa piteira na mão. De lá para cá, os tempos mudaram, a moda passou por diferentes fases, mas o querido pretinho básico continua com a bola toda... Sorte a nossa! Afinal, ele faz a mulher parecer mais magra e pequena se ela for grande. E mais imponente se ela for pequena. Quer peça mais democrática?A televisão e o cinema influenciam os jovens, que passam a usar blusões de couro, topetes, camisas coloridas, calças justas. Para as mulheres, vestidos bem rodados, casaquinhos e sapatilhas.


Década de 70
O estilo hippie domina a moda jovem, com batas indianas e calças boca-de-sino. Mas essa também é a época da discoteca, do brilho, do exagero. A meia arco-íris de lurex usada por Sônia Braga em Dancing Days vira febre entre as mulheres, que também aderem às sandálias plásticas. No final da década, o movimento punk ganha a Inglaterra e o mundo. Cabelos estilo moicano, muitas tachas, botas de cano alto e roupas pretas saem das ruas e já ocupam as vitrines.

Década de 80
O punk estilizado — aquele visual gótico — domina as boutiques jovens e divide a preferência com mangas-morcego, calça legging, crucifixos, pochetes, camisões, calças de couro… A moda é um verdadeiro pastiche. Madonna faz sucesso e dita tendências entre as garotas. As meias coloridas continuam no topo.


Década de 90
É o auge da androginia. Ternos, blazeres, calças retas fazem a brincadeira menino/menina. Surgem as supertops, modelos cotadíssimas que, com seus corpos esguios e muito magros, influenciam a estética.

O século 21
Por falta de imaginação, o início do século apresenta uma mistura geral. Peças clássicas, como o corpete, são reintegradas ao vestuário. Influências das décadas passadas, anos 70 e 80 totalmente revisitados. A moda nunca foi tão democrática quanto agora.


Referências bibliográficas

*http://manequim.abril.uol.com.br/moda/historia-da-moda/historia_da_moda_282255.shtml

*http://mdemulher.abril.com.br/moda/blogs/com-que-roupa/66363_post.shtml

*http://profissaomoda.com.br/?acao=colunistas&subacao=ler&id=51

*http://www.fashionbubbles.com/tag/historia-da-moda-brasileira/

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

9° ANO - Dia Internacional da Mulher

A atividade se baseia na leitura de textos para a promoção de um debate relativo à escolha da data de 8 de março como Dia Internacional da Mulher. Existem duas teses: para uns, é a data de uma greve de operárias da indústria têxtil, realizada em Nova York, em 1857; para outros, diz respeito a uma manifestação de operárias de Petrogrado (São Petersburgo), em 1917.

O primeiro texto é um encarte que mostra as controvérsias relativas à data, trazido aqui no link abaixo:

http://www.piratininga.org.br/publicacoes/mulher-miolo.pdf

O segundo é de autoria de Eva Alterman Blay, profª Titular de Sociologia da Universidade de São Paulo, que nos dá suporte para essa discussão e segue abaixo.


8 de Março: conquistas e controvérsias, por Eva Alterman Blay, abril de 2004

O Dia Internacional da Mulher foi proposto por Clara Zetkin em 1910 no II Congresso Internacional de Mulheres Socialistas. Nos anos posteriores a 1970 este Dia passou a ser associado a um incêndio que ocorreu em Nova Iorque em 1911. Neste artigo procuro recuperar a história do Dia 8 de Março, procuro as distorções que tem sido feitas sobre ele e sobre a luta feminista.

O dia 8 de março é dedicado à comemoração do Dia Internacional da Mulher. Atualmente tornou-se uma data um tanto festiva, com flores e bombons para uns. Para outros é relembrada sua origem marcada por fortes movimentos de reivindicação política, trabalhista, greves, passeatas e muita perseguição policial. É uma data que simboliza a busca de igualdade social entre homens e mulheres, em que as diferenças biológicas sejam respeitadas mas não sirvam de pretexto para subordinar e inferiorizar a mulher.

As mulheres faziam parte das "classes perigosas"

No século XIX e no início do XX, nos países que se industrializavam, o trabalho fabril era realizado por homens, mulheres e crianças, em jornadas de 12, 14 horas, em semanas de seis dias inteiros e freqüentemente incluindo as manhãs de domingo. Os salários eram de fome, havia terríveis condições nos locais da produção e os proprietários tratavam as reivindicações dos trabalhadores como uma afronta, operárias e operários considerados como as "classes perigosas". Sucediam-se as manifestações de trabalhadores, por melhores salários, pela redução das jornadas e pela proibição do trabalho infantil.

A cada conquista, o movimento operário iniciava outra fase de reivindicações, mas em nenhum momento, até por volta de 1960, a luta sindical teve o objetivo de que homens e mulheres recebessem salários iguais, pelas mesmas tarefas. As trabalhadoras participavam das lutas gerais mas, quando se tratava da igualdade salarial, não eram consideradas. Alegava-se que as demandas das mulheres afetariam a "luta geral", prejudicariam o salário dos homens e, afinal, as mulheres apenas "completavam" o salário masculino.

Subjacente aos grandes movimentos sindicais e políticos emergiam outros, construtores de uma nova consciência do papel da mulher como trabalhadora e cidadã. Clara Zetkin, Alexandra Kollontai, Clara Lemlich, Emma Goldman, Simone Weil e outras militantes dedicaram suas vidas ao que posteriormente se tornou o movimento feminista.

Clara Zetkin propôs o Dia Internacional da Mulher

Clara Zetkin (1857-1933), alemã, membro do Partido Comunista Alemão, deputada em 1920, militava junto ao movimento operário e se dedicava à conscientização feminina. Fundou e dirigiu a revista Igualdade, que durou 16 anos (1891-1907).

Líderes do movimento comunista como Clara Zetkin e Alexandra Kollontai ou anarquistas como Emma Goldman lutavam pelos direitos das mulheres trabalhadoras, mas o direito ao voto as dividia: Emma Goldman afirmava que o direito ao voto não alteraria a condição feminina se a mulher não modificasse sua própria consciência.

Ao participar do II Congresso Internacional de Mulheres Socialistas, em Copenhagem, em 1910, Clara Zetkin propôs a criação de um Dia Internacional da Mulher sem definir uma data precisa.. Contudo, vê-se erroneamente afirmado no Brasil e em alguns países da América Latina que Clara teria proposto o 8 de Março para lembrar operárias mortas num incêndio em Nova Iorque em 1857. Os dados a seguir demonstram que os fatos se passaram de maneira diferente.

O movimento operário nos Estados Unidos

Assim como na Europa, era intenso o movimento trabalhador nos Estados Unidos desde a segunda metade do século XIX, sobretudo nos setores da produção mineira e ferroviária e no de tecelagem e vestuário.

A emergente economia industrial norte-americana, muito instável, era marcada por crises. Nesse contexto, em 1903 formou-se, pela ação de sufragistas e de profissionais liberais, a Women’s Trade Union League para organizar trabalhadoras assalariadas. Com as crises industriais de 1907 e 1909 reduziu-se o salário dos trabalhadores, e a oferta de mão-de-obra era imensa, dada a numerosa imigração proveniente da Europa. Grande parte dos operários e operárias era de imigrantes judeus, muitos com um passado de militância política.

No último domingo de fevereiro de 1908, mulheres socialistas dos Estados Unidos fizeram uma manifestação a que chamaram Dia da Mulher, reivindicando o direito ao voto e melhores condições de trabalho. No ano seguinte, em Manhatan, o Dia da Mulher reuniu 2 mil pessoas.

Problemas muito conhecidos do operariado latino-americano impeliam trabalhadores e trabalhadoras a aderir às manifestações públicas por salários e pela redução do horário de trabalho. Embora o setor industrial tivesse algumas grandes empresas, predominavam as pequenas, o que dificultava a agregação e unicidade das reivindicações. O movimento por uma organização sindical era intenso e liderado no setor de confecções e vestuário por trabalhadores judeus com experiência política sindical, especialmente da União Geral dos Trabalhadores Judeus da Rússia e da Polônia (Der Alguemayner Yiddisher Arbeterbund in Russland un Poyln - BUND).

Para desmobilizar o apelo das organizações e controlar a permanência dos trabalhadores/as, muitas fábricas trancavam as portas dos estabelecimentos durante o expediente, cobriam os relógios e controlavam a ida aos banheiros. Mas as difíceis condições de vida e os baixíssimos salários eram forte incentivo para a presença de operários e operárias nas manifestações em locais fechados ou na rua.

Uma das fábricas, a Triangle Shirtwaist Company (Companhia de Blusas Triângulo), para se contrapor à organização da categoria, criou um sindicato interno para seus trabalhadores/as. Em outra fábrica, algumas trabalhadoras que reclamavam contra as condições de trabalho e salário foram despedidas e pediram apoio ao United Hebrew Trade, Associação de Trabalhadores Hebreus. Então as trabalhadoras da Triangle quiseram retirar alguns recursos do sindicato interno para ajudar as companheiras mas não o conseguiram. Fizeram piquetes na porta da Triangle, que contratou prostitutas para se misturarem às manifestantes, pensando assim dissuadi-las de seus propósitos. Ao contrário, o movimento se fortaleceu.

Uma greve geral começou a ser considerada pelo presidente da Associação dos Trabalhadores Hebreus, Bernardo Weinstein, sempre com o objetivo de melhorar as condições de trabalho da indústria de roupas. A idéia se espalhou e, em 22 de novembro de 1909, organizou-se uma grande reunião na Associação dos Tanoeiros liderada por Benjamin Feigenbaum e pelo Forward. A situação era extremamente tensa e, durante a reunião, subitamente uma adolescente, baixa, magra, se levantou e pediu a palavra: "Estou cansada de ouvir oradores falarem em termos gerais. Estamos aqui para decidir se entramos em greve ou não. Proponho que seja declarada uma greve geral agora!" . A platéia apoiou de pé a moção da jovem Clara Lemlich.

Política e etnia

No movimento dos trabalhadores as relações étnicas tinham peso fundamental, razão pela qual, para garantir um compromisso com a greve, Feigenbaum usou um argumento de extraordinária importância religiosa para os judeus. Ele perguntou à assembléia: "Vocês se comprometerão com o velho mandamento judaico?" Uma centena de mãos se ergueram e todos gritaram: "Se eu esquecer de vós, ó Jerusalém, que eu perca minha mão direita". Era um juramento de que não furariam a greve.

Cerca de 15 mil trabalhadores do vestuário, a maioria moças, entraram em greve, provocando o fechamento de mais de 500 fábricas. Jovens operárias italianas aderiram, houve prisões, tentativas de contratar novas trabalhadoras, o que tornou o clima muito tenso. A direção da greve ficou com a Associação dos Trabalhadores Hebreus e com o Sindicato Internacional de Trabalhadores na Confecção de Roupas de Senhoras (International Ladies’ Garment Workers’ Union - ILGWU).

À medida que as grandes empresas cederam algumas reivindicações, a greve foi se esvaziando e se encerrou em 15 de fevereiro de 1910 depois de 13 semanas.

O incêndio

Pouco tinha sido alterado, sobretudo nas fábricas de pequeno e médio porte, e os movimentos reivindicatórios retornaram. A reação dos proprietários repetia-se: portas fechadas durante o expediente, relógios cobertos, controle total, baixíssimos salários, longas jornadas de trabalho.

O dia 25 de março de 1911 era um sábado, e às 5 horas da tarde, quando todos trabalhavam, irrompeu um grande incêndio na Triangle Shirtwaist Company, que se localizava na esquina da Rua Greene com a Washington Place. A Triangle ocupava os três últimos de um prédio de dez andares. O chão e as divisórias eram de madeira, havia grande quantidade de tecidos e retalhos, e a instalação elétrica era precária. Na hora do incêndio, algumas portas da fábrica estavam fechadas. Tudo contribuía para que o fogo se propagasse rapidamente.

A Triangle empregava 600 trabalhadores e trabalhadoras, a maioria mulheres imigrantes judias e italianas, jovens de 13 a 23 anos. Fugindo do fogo, parte das trabalhadoras conseguiu alcançar as escadas e desceu para a rua ou subiu para o telhado. Outras desceram pelo elevador. Mas a fumaça e o fogo se expandiram e trabalhadores/as pularam pelas janelas, para a morte. Outras morreram nas próprias máquinas. O Forward publicou terríveis depoimentos de testemunhas e muitas fotos.

Morreram 146 pessoas, 125 mulheres e 21 homens, na maioria judeus.

A comoção foi imensa. No dia 5 de abril houve um grande funeral coletivo que se transformou numa demonstração trabalhadora. Apesar da chuva, cerca de 100 mil pessoas acompanharam o enterro pelas ruas do Lower East Side. No Cooper Union falou Morris Hillquit e no Metropolitan Opera House, o rabino reformista Stephen Wise.

A tragédia teve conseqüências para as condições de segurança no trabalho e sobretudo serviu para fortalecer o ILGWU.

Para autores como Sanders, todo o processo, desde a greve de 1909, mais o drama do incêndio da Triangle, acabou fortalecendo o reconhecimento dos sindicatos. O ILGWU, de conotação socialista e um dos braços mais ‘radicais’ do American Federation of Labour (AFL), se tornou o maior e mais forte dos Estados Unidos naquele momento.

Atualmente no local onde se deu o incêndio foi construída a Universidade de Nova Iorque . Uma placa, lembrando o terrível episódio, foi lá colocada:

"Neste lugar, em 25 de março de 1911, 146 trabalhadores perderam suas vidas no incêndio da Companhia de Blusas Triangle. Deste martírio resultaram novos conceitos de responsabilidade social e legislação do trabalho que ajudaram a tornar as condições de trabalho as melhores do mundo (ILGWU)".


Mulheres e movimentos sociais

No século XX, as mulheres trabalhadoras continuaram a se manifestar em várias partes do mundo: Nova Iorque, Berlim, Viena (1911); São Petersburgo (1913). Causas e datas variavam. Em 1915, Alexandra Kollontai organizou uma reunião em Cristiana, perto de Oslo, contra a guerra. Nesse mesmo ano, Clara Zetkin faz uma conferência sobre a mulher. Em 8 de março 1917 (23 de fevereiro no Calendário Juliano), trabalhadoras russas do setor de tecelagem entraram em greve e pediram apoio aos metalúrgicos. Para Trotski esta teria sido uma greve espontânea, não organizada, e teria sido o primeiro momento da Revolução de Outubro.

Na década de 60, o 8 de Março foi sendo constantemente escolhido como o dia comemorativo da mulher e se consagrou nas décadas seguintes. Certamente esta escolha não ocorreu em conseqüência do incêndio na Triangle, embora este fato tenha se somado à sucessão de enormes problemas das trabalhadoras em seus locais de trabalho, na vida sindical e nas perseguições decorrentes de justas reivindicações.

Lenin: o que importava era a política de massas e não o direito das mulheres

Mulheres e homens jovens tinham muitas outras preocupações além das questões trabalhistas e do sistema político. Nem sempre a liderança comunista entendia essas necessidades, como foi o caso de Lenin e de muitos outros líderes. Em seu Diário, Clara Zetkin relata o que ouvira do camarada e amigo Lenin, ao visitá-lo no Kremlin, em 1920. Lenin lamentava o descaso pelo Dia Internacional da Mulher que ela propusera em Copenhagem, pois este teria sido um oportuno momento para se criar um movimento de ‘massa’, internacionalizar os propósitos da Revolução de 17, agitar mulheres e jovens.

Para alcançar este objetivo, afirmava ele, era necessário discutir exclusivamente os problemas políticos e não perder tempo com aquelas discussões que os jovens trabalhadores traziam para os grupos políticos, como casamento e sexo. Lenin estendia suas críticas ao trabalho de Rosa Luxemburgo com prostitutas: "Será que Rosa Luxemburgo não encontrava trabalhadores para discutir, era necessário buscar as prostitutas?"

Esta visão de Lenin fez escola na esquerda. A experiência do ‘amor livre’ nos primeiros anos pós-Revolução trouxe enormes conflitos que levaram à restauração do sistema de família regulamentado pelo contrato civil. Temas relativos ao corpo, à sexualidade, à reprodução humana, relação afetiva entre homens e mulheres, aborto, só foram retomados 40 anos mais tarde pelo movimento feminista.

O 8 de Março no Brasil

No Brasil vê-se repetir a cada ano a associação entre o Dia Internacional da Mulher e o incêndio na Triangle quando na verdade Clara Zetkin o tenha proposto em 1910, um ano antes do incêndio. É muito provável que o sacrifício das trabalhadoras da Triangle tenha se incorporado ao imaginário coletivo da luta das mulheres. Mas o processo de instituição de um Dia Internacional da Mulher já vinha sendo elaborado pelas socialistas americanas e européias há algum tempo e foi ratificado com a proposta de Clara Zetkin.

Nas primeiras décadas do século XX, o grande tema político foi a reivindicação do direito ao voto feminino. Berta Lutz, a grande líder sufragista brasileira, aglutinou um grupo de mulheres da burguesia para divulgar a demanda. Ousadas, espalharam de avião panfletos sobre o Rio de Janeiro, pedindo o voto feminino, no início dos anos 20! Pressionaram deputados federais e senadores e se dirigiram ao presidente Getúlio Vargas. Afinal, o direito ao voto feminino foi concedido em 1933 por ele e garantido na Constituição de 1934. Mas só veio a ser posto em prática com a queda da ditadura getulista - só então foram restabelecidas as eleições - , e as mulheres brasileiras votaram pela primeira vez em 1945.

Em 1901, as operárias, que juntamente com as crianças constituíam 72,74% da mão-de-obra do setor têxtil, denunciavam que ganhavam muito menos do que os homens e faziam a mesma tarefa, trabalhavam de 12 a 14 horas na fábrica e muitas ainda trabalhavam como costureiras, em casa. Como mostra Rago, a jornada era de umas 18 horas e as operárias eram consideradas incapazes física e intelectualmente. Por medo de serem despedidas, submetiam-se também à exploração sexual.

Os jornais operários, especialmente os anarquistas, reproduziam suas reclamações contra a falta de higiene nas fábricas, o assédio sexual, as péssimas condições de trabalho, a falta de pagamento de horas extras, um sem número de abusos. Para os militantes operários, a fábrica era um local onde as mulheres facilmente se prostituíam, daí reivindicarem a volta das mulheres para casa. Patrões, chefes e empregados partilhavam dos mesmos valores: olhavam as trabalhadoras como prostitutas.

Entre as militantes das classes mais altas, a desqualificação do operariado feminino não era muito diferente: partilhavam a imagem generalizada de que operárias eram mulheres ignorantes e incapazes de produzir alguma forma de manifestação cultural. A distância entre as duas camadas sociais impedia que as militantes burguesas conhecessem a produção cultural de anarquistas como Isabel Cerruti e Matilde Magrassi, ou o desempenho de Maria Valverde em teatros populares como o de Arthur Azevedo.

Como as anarquistas americanas e européias, as brasileiras (imigrantes ou não) defendiam a luta de classes mas também o divórcio e o amor livre, como escrevia A Voz do Trabalhador de 1° de fevereiro de 1915: "Num mundo em que mulheres e homens desfrutassem de condições de igualdade... Vivem juntos porque se querem, se estimam no mais puro, belo e desinteressado sentimento de amor".

A distinção entre anarquistas e comunistas foi fatal para uma eventual aliança: enquanto as comunistas lutavam pela implantação da "ditadura do proletariado", as anarquistas acreditavam que o sistema partidário reproduziria as relações de poder, social e sexualmente hierarquizadas.

No PC a diferenciação de gênero continuava marcante: as mulheres se encarregavam das tarefas ‘femininas’ na vida quotidiana do Partido. Extremamente ativas, desenvolveram ações externas de organização sem ocupar qualquer cargo importante na hierarquia partidária. Atuavam, por exemplo, junto a crianças das favelas ou dos cortiços, organizavam colônias de férias, supondo que poderiam ensinar às crianças novos valores.

Zuleika Alembert, a primeira mulher a fazer parte da alta hierarquia do PC, eleita deputada estadual por São Paulo em 1945, foi expulsa do Partido quando fez críticas feministas denunciando a sujeição da mulher em seu próprio partido.

O feminismo dos anos 60 e 70 veio abalar a hierarquia de gênero dentro da esquerda. A luta das mulheres contra a ditadura de 1964 uniu, provisoriamente, as feministas e as que se autodenominavam membros do ‘movimento de mulheres’. A uni-las, contra os militares, havia uma data: o 8 de Março. A comemoração ocorria através da luta pelo retorno da democracia, de denúncias sobre prisões arbitrárias, desaparecimentos políticos.

A consagração do direito de manifestação pública veio com o apoio internacional – a ONU instituiu, em 1975, o 8 de Março como o Dia Internacional da Mulher.

Entrou-se numa nova etapa do feminismo. Mas velhos preconceitos permaneceram nas entrelinhas. Um deles talvez seja a confusa história propalada do 8 de Março, em que um antiamericanismo apagava a luta de tantas mulheres, obscurecendo até mesmo suas origens étnicas.


Referências bibliográficas

* Alves, Branca Moreira. Ideologia e feminismo: a luta pelo voto feminino no Brasil. Petrópolis: Vozes, 1980.
* Bosi, Ecléa. Simone Weil: a razão dos vencidos. São Paulo: Brasiliense, 1982.
* Chevalier, Charles. Classes laborieuses et classes dangereuses à Paris pendant la première moitié du XIXe. siècle. Paris: Hachette, 1984
* Chombart de Lauwe, Paul Henri et alii. La femme dans la sociétè: son image dans différents milieux sociaux. Paris: CNRS, 1963.
* Howe, Irving; Libo, Kenneth. How We Lived. A Documentay History of Immigrant Jews in America. 1880-1930. USA: Richard Marek Publishers, 1979.
* Isis Creation for the Australian Women’s Inta network. Internet. A History of International Women’s Day Origins. http://www.isis.aust.com/iwd
* Lobo, Elisabeth Souza. Emma Goldman: a vida como revolução. São Paulo: Brasiliense, 1983.
* Marin, Alexandra Ayala. "Caja de Pandora". Clara Zetkin. Entrevista dada para UNIFEM. Ver. http://www.unifemandina.org
* Minczeles, Henri. Histoire générale du BUND, un mouvement révolutionnaire juif. Paris: Austral, 1995.
* Sanders, Ronald. THE DOWTOWN JEWS. Portraits of an Immigrant Generation. New York: Dover Publications, Inc., 1987.
* Shepherd, Naomi. A Price Below Rubies. Jewish Women as Rebels and Radicals. Harvard University Press. Cambridge. Massachusetts, 1993. ( qual a duvida aqui?)
* Zetkin, Clara. My Recollections of Lenin. Apêndice pp. 87-122 in V.I. Lenin. The Emancipation of Women. International Publishers. New York. 1972 (a primeira edição é de 1934). SBN 7178-0290-6
* Rago, Margareth. Do cabaré ao lar: a utopia da cidade disciplinar. 1890-1930. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.


Dados biográficos da Autora

Eva Alterman Blay: Profª Titular de Sociologia da Universidade de São Paulo. Coordenadora Científica do NEMGE (Núcleo de estudos da Mulher e Relações Sociais de Gênero) da USP. Autora de Trabalho Domesticado - a mulher na indústria paulista (Ática, 1978); As Prefeitas, Avenir (s/d), e outros livros e artigos sobre gênero, habitação operária, participação política. Foi Senadora da República entre 1992/1994.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Apresentação


Caros alunos,

Este espaço virtual é ao mesmo tempo um prolongamento da sala de aula e uma efetiva conexão com o restante do mundo. Buscamos aqui a diversidade histórica e cultural das sociedades humanas nos diferentes tempos. Por vezes deixamos de lado a nossa história mais próxima, por isso sempre daremos maior ênfase ao nosso Sergipe.

Aqui teremos de maneira prática, maiores possibilidades para o estudo de História: vídeos, músicas, fotografias, mapas, relatos de jornais e transcrição de livros, além de outros vários recursos que a tecnologia tem a nos oferecer.

Sejam bem-vindos navegantes! Fiquem à vontade! Naveguem! Façam suas histórias! E até a próxima viagem...